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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

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Sobre As Entranhas da Homofobia
Posted on 17 de agosto de 2011 by Srta Bia
Fui convidada pelo Daniel Lopes e pelo Fabiano Camilo para abrir uma série de textos sobre homofobia no Coletivo Amálgama. Meu texto foi publicado ontem, deixo um trecho e o convite para irem lá lê-lo por inteiro.

– O backlash homofóbico –

A intolerância vem em forma de avalanche, covardemente mascarada por uma defesa da moral, dos costumes e da família. Temos atualmente um representante declaradamente homossexual na Câmara dos Deputados, a maior Parada do Orgulho LGBT do mundo, as músicas da subcultura LGBT estão nas paradas de sucesso, avançamos em alguns direitos básicos como a união estável. Mas, por outro lado, vemos os canhões sendo apontados. Gays, lésbicas e travestis sendo atacados e mortos em locais públicos dos grandes centros urbanos. Leis estapafúrdias sendo propostas. Muito espaço nos meios do comunicação para figuras caricatas e perigosas com Jair Bolsonaro e Silas Malafaia. Gritos de vitimização, pobres coitados oprimidos pela ditadura gay. Esse é o backlash homofóbico, a reação contrária e conservadora que visa barrar as mudanças sociais em relação aos direitos de homossexuais, bissexuais, transexuais e transgêneros. O backlash é como uma chicotada nas costas, para aprendermos onde é nosso lugar. E tem como principal instrumento de disseminação a mídia conservadora, com seus códigos, ângulos e criações de mitos.

Todos sabemos que a sexualidade humana não é uma caixa fechada, como tantos religiosos e conservadores querem nos fazer acreditar. A sexualidade também faz parte da construção social. Porém, como tudo, sofre com conjuntos de regras e normas que visam a manutenção e permanência da sociedade heterocentrada. Não há espaço, dentro da normalidade, para nada que não seja a heterossexualidade. Qualquer outra manifestação é considerada diferente, nunca “normal”. A instituição da heterossexualidade e a obrigatoriedade da reprodução são elementos essenciais que organizam a sexualidade.

Então, como é possível existir heterofobia se todas as referências que temos na sociedade são heterossexuais? A invisibilidade da homossexualidade é explícita na publicidade, nos meios de comunicação, nos materiais escolares. Os movimentos feminista e LGBT são o estopim para uma crítica radical às normas sexuais. E é na representatividade política que o backlash mais age. Perceba que cada vez mais a mídia busca minimizar e desmoralizar as lutas dessas bandeiras. Não há mulheres declaradamente feministas em programas de TV, é difícil achá-las até mesmo entre as entrevistadas. E não há gays ou lésbicas assumidos em programas de destaque. A sexualidade contemporânea avançou na questão do sexo por prazer e no seu exercício fora da instituição do casamento, mas não permite o reconhecimento social e jurídico de outras formas que não o modelo heterossexual. Continue lendo em As Entranhas da Homofobia.

E vale ler também um texto bacana do Daniel Lopes sobre o mesmo tema:

Os ativistas gays, em sua esmagadora maioria (para não falar dos gays que não fazem parte do movimento), não querem uma ditadura gay, que é o que o artigo da Época no final das contas insinua. O que eles querem é, até onde for possível em uma democracia, o fim de uma homofobia disseminada por toda a sociedade e pregada em diversos palanques e púlpitos. E estamos longe desse universo possível. Homofobia não envolve apenas o direito à liberdade de expressão. Homofobia custa lágrimas e sangue, e é incrível como pessoas que se acham liberais ainda não lhe dão a mesma atenção que dão a outros discursos de ódio. Continue lendo em “Orgulho Hétero”: Guilherme Fiuza e a racionalização da idiotia e da excrecência.


Cartaz de Divulgação da 10° Parada Gay da Bahia.



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